É engraçado como as vezes achamos, e queremos, que a nossa dor, que o nosso sofrimento seja maior, e pior que os dos outros. Será que somos tão cegos. De achar que também nossas lamúrias devem ser escutadas antes, e prioritariamente, que qualquer outra. Tão difícil aceitar que todos somos iguais na essência, e que no sofrimento isso também acontece. Que todos temos nossas cota de dor neste mundo. E que não somos mártires por sofrer. Sofrer por amar. Sofrer por gostar tanto de alguém, que mesmo esse alguém não merecendo e o sentimento não sendo recíproco, ainda assim acreditamos que nunca vai haver outro igual. Ninguém é mártir por sofrer, nem vamos conseguir de volta o que nos foi tirado pelo destino seguindo pelo caminho da auto-piedade. Acredite, todos sofremos por amor, e no entanto não se fazem estátuas em praça pública em reverência aos que sofrem deste mal. Mal não! Amar nunca é mal, o amor é bem, o amor é para nos fazer bem. Não se sofre por amor. Se sofre sim, por amar alguém, cujo momento, fase ou sei lá o quê, não está pronto ou não é merecedor daquilo que sentimos. Coitados são aqueles não sabem retribuir esse sentimento ou o desmerecem. A força não está em quem destruíu essa história, e sim em quem chora, grita, se descabela e após isso se levanta e retira do nada coragem pra seguir em frente sua vida, apesar de tudo.
Aos heróis e heroínas que conseguem mostrar que são humanos
a ponto de dizer que sofrem por amor.