Voando por..

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ranços Infantis

Ela não entendia nada. Era coisa de louco, isso ela tinha certeza. Mas a realidade é que a história dos dois existiu. Ou pelo menos um esboço dela, pensava ela. Desde que se reencontraram a sensação que tinha beirava o ridículo. Onde, por Deus, ela estava com a cabeça? Se nem ela sabia como explicar o sentimento que  a invadia quando dava de cara com ele. Aquele misto de vergonha, histeria e vontade de rir. Ela sabia, que ele percebia isso tudo. Que ela simplesment não conseguia ser natural perto dele. E olha que ela tentava. Se amá-lo, ela não amava, se querê-lo, ela não queria, então que que raio de sentimento era esse, que  a fazia ficar tão sem jeito, quando ele se aproximava. Talvez fosse a lembrança da infância em comum. Ou quem sabe o fato de que ele tinha sido uma espécie de primeiro amor infantil. Ela olha hoje para ele, e lembra. Lembra do menino por quem se apaixonou. Boas lembranças de sua infância. Talvez, seja isso que a deixe encabulada, o segredo comum, a infância compartilhada. Poucos tem a sorte de encontrarem seus amigos da infância, quem dirá, um amor inocente da infância. Por que, por mais que a memória dela seja péssima, ela ainda lembra daquele menino por quem ela suspirava, quando pequena.
Talvez eles dois sejam dois comparsas, dois cúmplices que restaram para contar a história. E por mais que tenham crescido, por que hoje não se conheçam mais, não saibam mais que o nome um do outro, por mais que, para ambos, a vida do outro não passe de uma icógnita, ranços muito antigos são difíceis de serem mudados.
A timidez infantil dela, a galante presunção dele, certamente causarão encontros muito engraçados e cômicos, até que um se acostume com a presença do outro. Até que eles possam rir juntos, como velhos conhecidos, de toda essa história.



E pra desconfundir, que melhor remédio há do que escrever..
ps: ranço aqui se refere a coisa antiga.

sábado, 20 de agosto de 2011

l'amour


Nosso amor é lindo, caso irreal, só sabe quem sente. Só quem sabe é a gente. Nosso é amor é sonho, luz, carnaval. Nosso amor é doce paixão, desejo, fantasia, magia, coração. Nosso amor tem tudo e tudo entende. Nosso amor, esse que sempre nos surpreende. Nosso amor amor é bolero lento, batida firme, valsa suave. Nosso amor é riso cristalino, é alegria esboçada em nossos reencontros. Nosso amor é o destino que criamos. Nosso amor é o sonho que sonhamos. Nosso amor é a eterna repetição com a mesma novidade. Nosso amor marca 2 mil anos. Nossa história de amor marcou gerações.  Esse amor que é o mais velho do mundo. Início e fim de tudo. É obra de Shakespeare, escrita por nossos dedos. É novela das seis, poesia que só nós conseguimos reconhecer. Nosso amor tem as mesmas cores, que aquelas, pintadas no céu no alvorecer. Nosso amor tem o sabor dos beijos roubados, dos desejos desenfreados, de sal, luz e mar. Esse amor, de diversos tons, de diversos timbres, só tem a voz dos amantes, só consegue ser decifrado por aqueles que amam. Esse amor construído por nós, é fênix, a renascer sempre e sempre, em nossos corações. É fábula, romance, lenda, realidade. É o grito de todos os amantes, é a história de amor mais antiga que existe e a mais recente nossa. É fogo, chama viva em nós. É pedra, que o tempo não desfaz. É a música mais linda, e a melodia mais doce. E a maior loucura que já existiu. Um jorro de sentimentos que, por inteiro, nos consumiu. Um amor que é seu e meu.  É nosso. Serei sempre sua. E você sempre será meu. Um amor marcado para vida inteira, até o final dos tempos.

sábado, 6 de agosto de 2011

nosso amor, sonhado por mim, ansiado por ele..

Será que isso é amor? será que é amor, é o que me pergunto muitas vezes. Será amor essa angústia que me bate toda vez que chega a hora de eu me despedir de você? Será amor, essa vontade de chorar, muitas vezes quase irrefreável, quando, minutos depois de você ir embora, eu percebo que o tempo vai custar a passar, e que uma semana me parecerão mais uma eternidade? Será amor, o fato de que meu coração sabe antecipadamente o quão perto você está, pelo ritmo de meus batimentos?  Quantos motivos terei que listar pra te dizer eu não saberia mais viver sem você. Por quanto tempo eu me enganaria, dizendo que que os dias que passo sem você são bons. Mas não são. Eles são simples sombras do que seriam se você tivesse perto. E será que isso é amor? Será que te querer tanto assim , é amor? Será que contar os dias da semana como se fossem meses, e querer que o tempo passe logo, é amor? E quando é que você vai vir aqui me abraçar e rir dizendo que eu estou sempre gelada e com suas mãos de fogo aquecer as minhas, que você diz serem feitas de gelo. E quando estamos em nossos momentos a sós você me olha, por uns segundos, com esses seus olhos de mel e depois faz questão de olhar para o alto e agradecer. Silenciosamente, eu agradeço também. Você diz: - meu presente. Eu digo: - meu sonho. Nosso amor. sonhado por mim. Ansiado por você. Construído por nós. Como isso não poderia ser, o amor?!


Se o tempo, a distância, e outras coisas insistem por nos separar, esse amor nos junta mais e grita alto em nós que é preciso lutar.