Fui até onde o mundo deixa de ser mundo. Visitei o lugar onde a loucura habita, e acreditem saí com vida. Mais ou menos inteira, mas com meus ideiais em pedaços. Com minha esperança renovada, mas em algum ponto meu desespero aumentado. Um povo sem lei, o ouro é sua lei. Em que cada um cria para si seu próprio código de ética, seu próprio padrão de moral. Sua face voltada perpetuamente para a direção do ouro, é cravada com o mapa do sofrimento e da angústia. Ninguém os olha, ninguém os vê. Mas eu fu lá e vi. Vi, ouvi, senti. Com meus olhos, ouvidos, pele e coração. A realidade daqueles que não existem. Pelo menos para muitos. E para quem vem do sul deste nosso enorme país, é difícil conceber o que se passa por lá. A diferença bate em nossa cara, dizendo: -acordem, olhem e sintam o cheiro da descabida diferença que há por aqui. O mundo fechou seus olhos para aquele pedaço abençoado de terra, de onde tanta vida se abateu. Em busca do sonho, encontaram seu caminho para a morte em vida, o esquecimento.
Para quem tem um sonho, nem um preço é alto demais. E até mesmo a vida deixa de ser um bem de grande valia.
"Não basta olhar o mapa aberto sobre a mesa sobre nossa mesa de trabalho ou na parede e nossa casa. É necessário andar sobre ele para sentir de perto as angústias do povo, suas esperanças, seus dramas ou suas tragedias; sua história, e sua fé no destino da nacionalidade." Equipe Projeto Rondon USP, 1979.
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