Voando por..

domingo, 2 de outubro de 2011

Tempo Perdido

-Eu preferia ter te contado isso a muito tempo.
-Bom, a essa altura nem acho que faria diferenças, nem antes, aliás.
-Quer dizer, então, que nada disso teria afetado nós dois?!
-É que, de certa forma eu já sabia. De certa forma, você já havia me contado. E eu aceitei, sem maiores problemas.
Ela, rindo, quase histéricamente: - E eu atormentada, culpada, achando que era quase uma criminosa..
- Ás vezes a paranóia nos deixa cometer erros tolos..
- Como assim?
- Você lembra aquele dia no seu apartamento? Bom, seu notebook tava ligado e tinha alguém chamando você no msn, desculpe, não resisti. disse ele, encabulado.
Ela piscou, lembrava bem daquele dia, ele chegou e ela foi ao banheiro. Quando voltou ele parecia desesperadamente carinhoso, beijou-a até ficar sem ar, e a noite toda prolongou-se em demorados carinhos, quase que famintos, com gosto de carência. O clima estava tão bom, que nem queria pensar se havia algo errado. E, pensando bem, ela nunca fora uma pessoa que muito reparadora nesses casos sutis.
- E você não ficou com vontade de saber da minha boca, o que significava tudo aquilo? Não quis acabar logo com essa angústia?
- Eu sempre soube que havia algo em excesso na sua vida. Tive medo de que eu fosse esse excesso. Além do mais, se esse fosse o fim, queria pelo menos a chance de um final maravilhoso, uma espécie de presente.
- Sabia que foi naquela noite que você me convenceu de que eu tinha escolhido certo. Que coisa estranha.
- Eu só queria saber se..
- Não, nunca mais, desde aquele dia.
- Mas porque? As vezes me pergunto, e se eu tivesse feito diferente. E se você pudesse fazer diferente? Voltar no tempo e mudar as coisas que aconteceram.
- Não se deve mudar o passado, ele já foi. Nada mais será como antes. O que importa é o futuro, e o que faremos dele.



" então me abraçe forte, me dis mais uma vez que já estamos distantes de tudo, temos nosso próprio tempo-Renato Russo"

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